quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Período de turbulência

Quando retornamos da segunda etapa da formação e do recesso escolar iniciou-se uma fase de turbulência nos nossos encontros. A gripe H1N1 suspendeu as aulas por duas semanas de 10 a 22 agosto, qualquer atividade coletiva ficou proibida. Junto a isso tivemos alguns problemas estruturais na secretaria e até falecimento de familiares de cursistas. O resultado foi que durante os meses de agosto e setembro não conseguimos realizar nenhuma oficina, apenas encontros individuais.
Pensei até em suspender o Gestar no município, mas daí lembrei de todas as dificuldades que os outros colegas também enfrentaram, não somos nós que vamos desistir, ?

Encontros Individuais

No dia 19 de agosto tive um encontro com a professora Cleide e o professor Edvaldo. Repassei algumas informações da etapa de formação, conversamos sobre a dificuldade em aplicar as atividades, já que as aulas voltaram do recesso, tivemos aula uma semana e na seqüência paramos mais duas. Em virtude disso, cogitamos a possibilidade de fazermos um outro cronograma, diminuindo os encontros e aumentando a carga horário. Fiquei responsável em refazer o cronograma e repassar a eles. Também combinamos encontros individuais nas escolas, para darmos uma olhada com mais tempo para o planejamento dos professores.
No dia 25 de agosto fui até a Escola de Educação Básica Elisabeth Ulysséa Arantes na hora atividade da professora Cleide. Comecei a conversa pedindo que a professora pensasse nos problemas específicos de cada turma, e a partir daí fomos planejando atividades direcionadas aos problemas específicos das turmas. Também fomos até a biblioteca e selecionamos vários livros que poderiam despertar o interesse dos alunos. Fizemos isso porque não há na escola um bibliotecário que possa orientar a leitura das crianças, sendo que a biblioteca estava meio bagunçada também. Optamos por selecionar as obrar e montar uma caixa da leitura, fazendo um troca-troca de livros entre as turmas. A professora ficou de entrar em contato comigo para acompanhar algumas daquelas aulas.
No dia 1º de setembro o professor Edvaldo esteve na SME para conversarmos. Ele me apresentou o seu planejamento para as turmas de 5ªs séries em que ele estava trabalhando coerência e coesão textual. Sugeri-lhe que após a atividade que ele havia programado de leitura, que ele fizesse uma produção em que cada aluno criaria um texto de uma figura, mas relacionando com a figura do colega, assim como fizemos na primeira etapa da formação. Depois trabalhar a reescritura procurando a coerência e a coesão do texto. Vamos esperar o resultado!

Segunda etapa de Formação do Gestar II - Balneário Bamboriú

Eu estava bem ansiosa pela segunda etapa da formação do Gestar. Reencontrar alguns colegas, trocar as experiências, saber como as coisas se desenvolvem nos outros municípios.
Bem, o encontro foi bom, mas confesso que sai da primeira etapa bem mais empolgada. Talvez pelo mistério de não saber o que nos esperava...
Quando começaram os relatos, notei que muitos colegas tiveram graves problemas pra colocar o Gestar pra funcionar. Outros tiveram um apoio invejável de suas secretarias e gerências. O que ficou claro foi que todos fizeram e fazem o melhor que podem pra desenvolver o Gestar em seus municípios.
Vi trabalhos maravilhosos, portifólios de cair o queixo. Meus colegas são muito competentes. Trocamos muitas experiências e vivências, rimos, tiramos muitas fotos e até dançamos com a música do abraço.
A professora reclamou que os relatórios nos Blogs de maneira geral estavam pobres, poucos reflexivos. Realmente foi uma falha não atentar melhor pra todos os questionamentos que surgem durante as oficinas, as conversas, as reflexões.
Avaliando essa primeira etapa do Gestar no município, percebi que preciso incentivar mais meus professores para o estudo e o planejamento das atividades do programa, incentivando também o extrapolamento das atividades, que é o que vai fazer as crianças tomarem gosto pela coisa. Vou também, junto com meus cursistas, organizar melhor os portifólios.

Oitava Oficina - 15 de julho

Na oitava oficina do Gestar finalizamos o TP 4, com as unidades 15 e 16. Iniciamos com a mensagem de Rubens Alves “Pipoca”. Fizemos uma reflexão no sentido de que a mudança do professor tem que ser de dentro pra fora. Não bastará o material do Gestar, os encontros de formação se o professor não quiser começar a sua transformação de dentro pra fora. Percebo a necessidade de sensibilizar esses professores para uma nova prática.
Durante os relatos das experiências pude perceber que alguns professores estavam meio atrapalhados, o que não é bom.... conversei com eles no sentido de que o Gestar não é um caderno de receita, mas sim uma proposta, que precisa ser absorvida para que surjam os resultados.
A professora Lea fez uma observação interessante sobre o processo de leitura em duas turmas de 6ª série. Foi com referência ao texto Admirável mundo louco. Numa turma ela leu o texto e as crianças tiveram muita dificuldade em compreender o sentido do texto, foi quando ela contou a história do Admirável mundo novo, a partir dessa ponte as crianças conseguiram compreender o sentido do texto. Na outra turma de 6ª série, a professora iniciou falando do Admirável mundo novo e daí na leitura do admirável mundo louco ela não precisou nem questionar muito, já de cara as crianças compreenderam o sentido do texto e fizeram a relação com a história do livro.
Na seqüência tivemos uma conversa sobre o conteúdo das unidades 15 e 16. Apresentei a eles a mãozinha da leitura e fizemos a atividade de fazer as perguntas a um texto do envelope da linguagem, era um texto multimodal sobre a Olimpíada de 2016, que poderá ser no Rio de Janeiro. Fizemos as perguntas e conseguimos obter as respostas, foi legal, pois eles perceberam que em todo texto pode-se aplicar as perguntas, mas que talvez não se tenha todas as respostas, eles perceberam também a importância dessas perguntas para a compreensão do texto.
Conversando sobre a retextualizaçao, eu os questionei se costumavam ter essa prática, se já tinham feito, a resposta foi meio tímida, então nós produzimos um texto coletivo, a partir de uma imagem, cada integrante produziu um parágrafo, seguindo a seqüência introdução, desenvolvimento, desenvolvimento e conclusão. O resultado foi assim...

1ª versão

Ao depararmos com uma imagem de uma criança sofrida, carente, com olhos brilhando pedindo ajuda, podemos sentir o quanto estamos com olhos fechados quanto a esse tipo de situação.
As crianças são as principais atingidas pela pobreza no país. Além das necessidades fisiológicas como: comer e vestir elas também sofrem com a descriminação social. É necessário dar um basta nesta situação, por isso que a CCF – Brasil pede ajuda para amenizar o sofrimento destes pequenos seres, possibilitar uma vida mais digna.
Então, precisamos fazer alguma coisa por estas crianças. Não vamos deixar que seus sonhos se percam. Ajude com esta quantia que é tão pouco para nós e tanto para quem não tem nada.
Quando alguém com fome bate a nossa porta percebemos o quanto ela pode incomodar. Entretanto só nos incomodamos realmente quando a sentimos. Solidariedade é um ato simples e grandioso. Certamente fazendo pouco, doando pouco, para quem tem quase nada é um grande passo para contribuir para um mundo melhor.

2ª versão

Ao depararmos com a imagem de uma criança sofrida, carente, faminta, pedindo ajuda, podemos sentir o quanto estamos com olhos fechados a esse tipo de situação.
Elas são as principais atingidas pela pobreza no país. Além das necessidades como comer e vestir, também sofrem com a discriminação social. É necessário dar um basta nesta situação, por isso que a CCF – Brasil pede ajuda para amenizar o sofrimento destes pequenos seres, possibilitando uma vida mais digna.
Quando alguém faminto bate a nossa porta percebemos o quanto a fome pode incomodar, entretanto só nos incomodamos realmente quando a sentimos. Solidariedade é um ato simples e grandioso. Certamente fazendo pouco, doando pouco, é um grande passo para contribuir para um mundo melhor.
Então, precisamos fazer alguma coisa por estas crianças. Não vamos deixar que seus sonhos se percam. Contribua com a CCF – Brasil e nos ajude a ajudar quem tem quase nada.

Durante o processo de retextualização fizemos todas as conexões necessárias para deixar o texto mais coerente, refletindo e analisando cada parágrafo, cada frase, foi muito legal. Ao mesmo tempo surgiu aquele sentimento que nós professores temos: mas como fazer isso no ensino fundamental? Quantos textos em cada sala... tranqüilizei os professores dizendo que isso é um processo e que precisamos encontrar alternativas para realizar isso em sala, começar por exemplo com textos coletivos, como o que tínhamos feito.

Sétima Oficina, dia 01 de julho

Iniciamos a oficina com a leitura do livro O Ponto. Conta rapidamente a trajetória de uma garotinha que iniciou um grande processo de criação a partir de um ponto numa folha em branco. O trabalho da garotinha só evolui graças a sensibilidade de sua professora de valorizar o seu trabalho.
Após a leitura fizemos uma reflexão sobre o papel do professor como motivador de seus alunos, às vezes é importante valorizar um trabalho que nem mesmo o autor (aluno) valoriza. Isso o incentiva a produzir melhor da próxima vez.
Em seguida fiz um feedback do nosso último encontro e decidimos que as questões relacionadas ao currículo seriam retomadas em outra oportunidade, até mesmo porque a conversa do encontro anterior já havia despertado nos professores um pouco mais de tranqüilidade em relação ao trabalho desenvolvido com o Gestar, já que a proposta pode e deve se encaixar dentro da proposta de trabalho da rede no ensino de Língua Portuguesa.
No momento dos relatos, o professor Edvaldo contou que fez com seus alunos da 5ª série uma atividade do texto cidadezinha qualquer. A proposta era que as crianças fizessem uma poesia enfatizando o lugar onde viviam. Dentre os trabalhos chamou atenção um em que a criança expressava o ponto de vista de que quem tivesse uma casa grande e bonita era “otário”. Esse texto trouxe para a sala de aula a concepção de otário, por que a criança fez essa relação. Acabou por se abordar questões culturais e sociais muito fortes da própria comunidade.
Também discutimos bastante sobre letramento. Falamos do conceito e como o letramento se realiza na prática. Notamos que muitos professores do ensino fundamental I são resistentes ao estudo da teoria sobre o letramento, mas acabam trabalhando dentro dessa proposta meio que ao acaso, já que se negam a adquirir o conhecimento teórico.
Estudamos o fragmento do texto do Marcos Bagno “O que é letramento” do livro Letramento, Variação e Ensino. Desse estudo surgiram alguns questionamentos: Por que trabalhar com letramento na escola? Será que muitos professores já não o fazem sem saber? Outros dizem que trabalham nessa perspectiva, mas continuam enchendo os cadernos do alunos de atividades que não favorecem aprendizagem alguma?
A conversa sobre letramento sempre leva aos gêneros textuais e as questões de leitura e escrita. Esses elementos estão muitos próximos, e nossos professores precisam entender essa relação e as teorias que subjazem a cada uma para explorar de forma mais eficiente o que a língua portuguesa tem de melhor.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Momentos com o Envelope da Linguagem







Rosvania, Renato, Léa e Edivaldo se divertindo com as atividades...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Proposta da Rede e o Gestar

Dia 17 de junho fizemos a 6º oficina do Gestar. Utilizamos mais uma oficina de tema livre para trabalharmos o Currículo de LP da Rede e a Proposta do Gestar. Dessa vez quem não compareceu foi o Professor Renato, mas tivemos a presença da Cleide, que iniciou sua participação no Gestar. Essa oficina surgiu da critica dos professores em relação ao plano de curso em uso em nossa rede atualmente, que é muito defasado em relação à proposta do Gestar.
Após uma reflexão sobre as coisas que a escola não ensina, a Professora Cleide fez seus comentários sobre seus estudos e a aplicação das atividades como seus alunos. Elogiou bastante o material e fez uma adaptação muito legal de uma atividade para trabalhar poesia com uma turma de 7ª série.
Na seqüência cada professor fez uma síntese do caderno que estudou da coleção “Indagações sobre o currículo” de onde tiramos algumas orientações sobre uma proposta mais adequada ao ensino da língua dos dias atuais, tais como: ter objetivos e intenções mais definidos, priorizar conhecimentos relevantes e significativos para os alunos, utilização de diferentes linguagens e muita necessidade de mudança, além de uma nova concepção de avaliação.
Também analisamos o plano de curso da rede e o comparamos com uma outra proposta de um outro município. Após muita conversa e colaborações, concluímos que reestruturar uma proposta pedagógica de língua portuguesa não se faz num período de quatro horas. Temos condições de fazer bem feito e vamos, mas será necessário outros encontros e mais estudos para finalizarmos esse trabalho específico, digamos com reuniões extraordinárias, vamos assim dizer!
Combinamos que na próxima oficina trabalharemos as unidades 13 e 14 da TP4 e traremos, se possível, novas contribuições sobre currículo.

Mais uma ...

No inicio de junho fui procurada por mais uma professora que quer participar de nossos encontros. É a Cleide, ela é a nova substituta daquele professor que falei no inicio de nossas conversas que estava com problemas particulares e não poderia participar do Gestar. Seja bem vinda!

Competências e Habilidades de Leitura

No dia 27 de maio, em nosso 5º encontro tivemos a ausência da professora Rosvania, que estava com problemas de saúde. Nossa oficina foi intitulada de Competências e Habilidades para o exercício da Leitura.
Após uma mensagem inicial que chamava a atenção para as sementes que plantamos diariamente em nossas vidas, o professor Renato fez seu relato sobre seus estudos e as atividades que havia realizado com seus alunos, já que iniciou o curso atrasado, ficou combinado de repor seus estudos e suas atividades, e assim o fez.
Na seqüência, organizei uma apresentação sobre o tema de nossa oficina com base no material encaminhado pelo MEC às escolas da Rede sobre a Prova Brasil de Língua Portuguesa. Essa prova será toda com base nas habilidades e competências de leitura dos alunos, e veio ao encontro das necessidades dos professores e dos alunos quanto ao exercício da leitura.
Foi legal, pois os professores tinham algumas dúvidas sobre essa avaliação, que foram na medida do possível esclarecidas. Também foi possível observar dentro da proposta dessa prova, os itens que são trabalhados na proposta do Gestar e isso tranqüiliza “e não deixa nem um, nem outro, serem bichos de sete cabeças”...
Depois de conversarmos bastante sobre as competência e habilidades de leitura e como desenvolvê-las, solicitei que cada professor fizesse um plano de aula com foco em leitura, para ser desenvolvida com seus alunos. Essa atividade será aplicada e retornará junto ao relatório no próximo encontro.
(Como tínhamos apenas três professores, pedi que fizessem essa atividade individualmente, e francamente, nunca mais... é muito triste ver alunos sozinhos, todos quietos, com seus cadernos apenas... aprecio muito mais o trabalho coletivo, a interação, mesmo com brincadeiras, conversas paralelas, é muito mais produtivo....)
Dessa vez a avaliação foi um pouco diferente e meus pupilos queixaram-se um pouco cansados, acho que falei demais! Mesmo assim, reconheceram que o próprio tema era mais denso e que mesmo cansados tinha sido muito válido.
Ficou de tarefa a leitura dos cadernos “Indagações sobre o Currículo”, encaminhados pelo MEC às escolas da rede, sendo um caderno pra cada professor para estudar e socializar no próximo encontro que será sobre o Gestar e a proposta de Língua Portuguesa da rede.
Também sai um pouco cansada desse encontro, mas não menos feliz que nos outros. Adoro!

Nosso segundo momento...

No dia 13 de maio tivemos o nosso segundo encontro de Língua Portuguesa com foco nas unidades 11 e 12 da TP3. Além da presença da Lea, Rosvania e Edivaldo conseguimos a adesão do Professor Renato, que iria fazer o curso pela Rede Estadual, mas felizmente optou por nós... ainda bem, dessa forma contamos agora com quatro professores cursistas.
A ansiedade dessa vez é bem menor e o trabalho flui com muito mais tranqüilidade. Iniciamos a oficina com um textinho chamado “Com pressa” de Gina Barret Schlesinger, retirado do livro de bolso Histórias para Aquecer o Coração. É bom refletirmos sobre o tempo e o uso que fazemos dele, principalmente porque temos a impressão de que cada vez ele passa mais rápido.
Na seqüência cada professor fez o relato de sua experiência em sala de aula.
Após essa conversa eu entreguei para os professores o meu “Envelope da Linguagem”. Disse que ali dentro havia alguns textos e pedi que eles separassem aquele material utilizando critérios. Meus pupilos se divertiram tentando separar o material do envelope. Eles fizeram alguns grupos, tais como: imagens, propagandas, textos publicitários, receitas, notas fiscais, cartão de visita. O trabalho deles foi um “prato cheio” pra nossa conversa.
Quando eles terminaram a atividade, nós fizemos um apanhado geral das quatro unidades da TP 3, retomando a idéia de gêneros textuais e iniciamos a conversa sobre os tipos textuais, suas relações e inter-relações. Constantemente eu usava os textos do envelope da linguagem para exemplificar o que era explanado. Falamos sobre a intencionalidade dos textos, os aspectos visuais utilizados, a intertextualidade. Foi uma atividade muito legal.
Na seqüência, fizemos a leitura dos fragmentos: “Definição de tipo e gênero textual” e “Algumas observações sobre os tipos textuais” do artigo “Gêneros Textuais: Definição e Funcionalidade”, de Luis Antonio Marcuschi. Nessa leitura ampliamos nossa idéia sobre domínio discursivo e também sobre a composição tipológica de um texto.
A atividade proposta na oficina 6 foi realizada com bastante entusiasmo pelos professores. Fizemos duas duplas e cada uma tomou sua posição no texto de Jô Soares. A dupla composta por Lea e Renato defenderam a idéia do texto ser um exercício de redação escolar, enquanto a Rosvania e o Edivaldo defendiam não se tratar de exercício escolar. Apesar do texto não ser exercício escolar, a Lea e o Renato chegaram a convencer a Rosvania e o Edivaldo disso, tamanho o entusiasmo, foi muito legal.
Após as considerações sobre as atividades, fizemos a avaliação do encontro, que mais uma vez foi muito positiva. Conversamos ainda sobre a proposta do Gestar na escola, e sua aplicabilidade em consonância com a proposta pedagógica da rede e sobre a deficiência de leitura que nossa sociedade e principalmente nossos alunos vivem atualmente. Resolvemos nos próximos encontros fazer duas oficinas livres para tratar um pouco dessas questões. Penso que será tranqüilizador e importante para o desenvolvimento do programa no restante do ano.
Mais uma vez sai do encontro muito feliz e satisfeita com o trabalho realizado.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Primeiro encontro a sós...

Dia 29/04 foi o nosso primeiro encontro de Língua Portuguesa. Eu estava bastante ansiosa, mas ao mesmo tempo tinha a certeza de que daria tudo certo, pois eu estudei tudo o que era necessário e preparei cada momento da oficina com muito cuidado.
A nossa rede conta com 6 professores de Língua Portuguesa, desses uma está grávida e não teve interesse em participar do programa. Estamos esperando a substituta pra ver o que poderemos fazer... outro professor fará o curso pela rede estadual e um outro passa por alguns problemas de ordem particular e não demonstrou interesse, apesar da nossa insistência não conseguimos que todos professores de Língua Portuguesa participassem, mas não desanimo!
Quando cheguei à escola estava apenas um professor, cheguei a pensar que faria o trabalho só com o Edivaldo, mas felizmente a Rosvania e a Mariléa também compareceram.
Iniciamos nossa pauta com o texto “a moça tecelã”, como todos sabemos um belíssimo texto, as reflexões foram no sentido das coisas que construímos e descontruímos, muitas vezes sem nos dar conta! A professora Mariléa comentou que já havia trabalhado esse texto com seus alunos, pois ele estava no livro didático que utilizavam.
Na seqüência os professores me relataram a dificuldade que tiveram em relação ao tempo para realizar tudo o que estava proposto e ainda tinham algumas dúvidas. Nesse momento senti a necessidade de mais uma vez retomar a proposta e principalmente esclarecer todas as dúvidas, manusear mais uma vez o material, tudo para eles se sentirem seguros para a próxima oficina.
Enquanto manuseávamos o material e os conteúdo da TP 3 a professora Léa ia relatando a sua experiência das últimas aulas, bastante semelhantes com as atividades propostas.
Em seguida a professora Rosvania relatou a sua experiência e a atividade que fez com seus alunos, sobre o gênero biografia.
Apesar de algumas atividades terem sido realizadas, ficou claro em nossa conversa que devido às dúvidas que os professores ainda tinham, eles não trabalharam completamente de acordo com a proposta do Gestar, por esse motivo ficou combinado que no próximo encontro, ainda TP3, eles trariam as atividades mais estudadas, digamos assim...
Fizemos a leitura e a discussão do texto “Escrever de verdade” publicado na Revista Nova Escola de janeiro/fevereiro de 2009. O artigo traz relatos de algumas experiências de produção textual, enfatizando a idéia de produzir textos de qualidade, levando-se em conta o gênero adequado, leitura e revisão textual. Os professores gostaram muito do texto e fizeram comentários relacionados com a prática pedagógica deles.
Após um intervalo iniciamos as atividades propostas pela oficina. Iniciamos a conversa fazendo algumas considerações sobre as especificidades do gênero poético, falamos sobre música e poesia. Resolvemos fazer a atividade em trio, já que não temos como fazer duplas, por enquanto.
O grupo optou pelo texto 2. Fizeram a leitura do texto e começaram a discutir sobre como iniciar o trabalho de leitura com os alunos. Começariam pela leitura do texto verbal, não utilizariam a imagem, fariam o trabalho com o vocabulário e interpretação do texto, nesse momento utilizando a imagem. Trabalhariam com as crianças as especificidades do gênero poesia e musical. Na seqüência as crianças iriam fazer uma pesquisa sobre outras profissões exercidas na comunidade. Com as informações dessa pesquisa as crianças produzirão uma nova letra de música, enfatizando outras profissões, tomando o cuidado de criar também a melodia.
Após as atividades fizemos a avaliação da oficina. Questionei os professores quanto aos objetivos, estratégias e atividades que fizemos e eles deram um feed back muito positivo, falaram que se tiver sempre essa organização estará ótimo, me pareceu que eles estavam bem satisfeitos e mais tranqüilos quanto a realização dos trabalhos.
Para fazer a introdução para as próximas unidades utilizei o meu envelope da linguagem... lindo! Quando mostrei o envelope meus pupilos logo falaram “Eu quero um...” folgadinhos!!!! Bom, pedi que cada um tirasse um texto do envelope, e a surpresa... o Edivaldo pegou cupom fiscal de supermercado, a Rosvania um texto de horóscopo e a Lea uma receita culinária. A essa altura eles já tinham guardado o material, daí eu questionei sobre o conhecimento deles sobre gênero e tipo, com base nesse conhecimento, como eles classificariam aqueles textos. Foi muito legal, porque quando começamos a conversar sobre um e outro, eles puxaram o caderno pra fazer anotações. Foi muito satisfatório perceber nas expressões deles a curiosidade que a nossa conversa proporcionou. Eu que me prepare para o próximo encontro!
Finalizamos com uma dinâmica sobre o presente e o futuro. A pergunta era como nos sentimos atualmente em relação ao Gestar representado por desenho, e um segundo desenho de como esperamos o futuro em relação ao programa. O objetivo dessa dinâmica é perceber que a construção do futuro depende das vivencias e escolhas do presente,
A minha avaliação desse encontro foi muito positiva. Quando me despedi dos professores me senti tão feliz, com a sensação do dever bem cumprido. Penso que os professores estão se acostumando com essa nova proposta e eu compreendo que não é fácil assumir um compromisso dessa proporção. Mas a minha expectativa é de que o Gestar seja instrumento de aperfeiçoamento da prática pedagógica de nossos professores, contribuindo também no desenvolvimento pessoal, e que o reflexo disso tudo seja o sucesso de nossos alunos.
Estou adorando esse trabalho!

Estudo do Guia Geral

No dia 08/04 fizemos o nosso segundo encontro para o estudo do Guia Geral. Optamos em fazer um encontro conjunto com professores de Língua Portuguesa e Matemática.
Começamos com uma dinâmica coordenada pela Jacque, nossa formadora de matemática, que nos fez refletir sobre a confiança que depositamos nas pessoas.
Em seguida começamos a conversar com os professores sobre a oportunidade que o Gestar está nos oferecendo, em ter um processo de formação continuada.
Durante os estudos e as atividades propostas pelo guia, constatamos que nossos pupilos tem a expectativa de o Gestar propocione troca de experiências, metodologias diversificadas. Esperam que o Gestar contribue com novos conhecimentos e com a reflexão sobre a prática pedagógica.
Para conversar sobre a proposta pedagógica do programa, fomos conduzidos pela Jamille, nossa coordenadora pedagógica, a uma agradável reflexão sobre o papel do educador, sua relação com o aluno, a comunidade escolar, a relação estabelecida entre ensino-aprendizagem, o espaço educativo da sala de aula, avaliação entre outros aspectos da proposta pedagógica do Gestar.
Na seqüência discutimos sobre o currículo de cada disciplina e apresentamos as especificidades das disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Tranqüilizamos nossos professores quanto à implementação do Gestar e a utilização dos materiais. Também falamos sobre a avaliação, o portifólio e outras dúvidas...Por Deus... como temos dúvidas!!!!
Nos últimos momentos encaminhamos as atividades que os cursistas deveriam realizar até o próximo encontro.
Avaliamos o encontro como positivo, mesmo percebendo a tensão e a preocupação dos cursistas em relação ao curso.
O importante é que nossos professores compreenderam a importância de começarmos essa caminhada, que nos fará crescer pessoal e profissionalmente.

quarta-feira, 6 de maio de 2009







Momentos do dia 25/03: Apresentação do Gestar aos Diretores, Especialistas e Professores de Língua Portuguesa e Matamática.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Visita as Escolas

A semana posterior a apresentação, além de ser utilizada para o planejamento dos próximos encontros, tiramos um tempinho para visitar as cinco escolas que oferecem as séries finais do Ensino Fundamental em nossa rede. Durante as conversas com os professores, dessa vez de forma mais próxima, individual, ficamos sabendo que alguns professores não poderiam participar em virtude do horário, que coincidiria com o horário em outras escolas.
Estamos nos esforçando para que todos os nossos professores participem dessa formação, por eles e por nossos alunos também!

Apresentação do Gestar

Após muitas conversas, resolvemos começar o trabalho do Gestar. Optamos por apresentar o Programa para as Equipes Gestoras das Unidades Escolares.
Dia 25 de março de 2009 fizemos a apresentação do Gestar para os colegas da SME, Equipes Gestoras das Unidades Escolares e para os Professores de Língua Portuguesa e Matemática da nossa rede. Pensamos ser importante essa apresentação para todos, pois o gestar promete alterar a rotina da escola.
O Programa foi bem aceito por todos, afinal não é todo dia que aparece uma oportunidade como essa. A única polêmica foi em relação ao horário, mas acredito que conseguimos superar essa dificuldade.
Durante o encontro apresentamos uma proposta para as atividades. Surgiu como sugestão que alguns encontros fossem coletivos (equipes gestoras, professores de LP e MT). Achamos interessante, pois será um momento para enriquecer o trabalho coletivo.
No mais, tudo seguiu conforme o planejado. O encontro seguinte ficou marcado para o dia 08/04.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Soneto da Separação

Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente, da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Parte II

No semestre seguinte consegui uma bolsa de Iniciação cientifica pela Universidade, dei mais sorte que juízo, já que uma colega me avisara em cima da hora sobre as inscrições.
Logo no primeiro mês dessa nova atividade, fui chamada para dar aula em uma escola da periferia como professora ACT. Eram duas turmas, uma de 5ª e outra de 7ª. Foi legal. A biblioteca da escola era junto com a sala de professores e com a cantina (comercialização de salgadinhos e doces para arrecadar recursos para a escola). Mesmo nessas condições consegui fazer um bom trabalho com aquelas crianças, levando-as àquela biblioteca precária para pegar os livrinhos.
No ano seguinte, mais uma vez como ACT consegui 20 horas, trabalhava todas as manhãs nas escolas (eram duas) e as tardes na Universidade. Dessa vez não foi tão legal.
Uma escola era da periferia mais violenta da cidade, a outra nem tanto. Na primeira me fiz professora e permaneci por dois anos fazendo tudo que um professor pode fazer pra contribuir no desenvolvimento de suas crianças. Isso inclui até trabalho voluntário!
Na outra, digamos, paguei os pecados dessa vida e, ao mesmo tempo em que não me realizei, tenho certeza que não contribui muito para a vida daqueles alunos.
Nos anos seguintes consegui trabalhar em escolas mais centralizadas, que me propiciaram novos desafios e continuei me tornando professora. Tive até estudante que ganhou concurso de redação. Fiquei muito orgulhosa.
Os três anos que consegui conciliar academia e prática foram essenciais para minha formação. Ao contrário de muitos colegas que só falavam mal das teorias eu sempre gostei delas. Com a ZDP de Vigostsky compreendi muito sobre a aprendizagem de meus alunos, assim como a proposta sócio histórica, pela qual sou apaixonada até hoje. Acho que compreendi bem o significado da tal práxis.
Com a formatura em 2004 veio a ansiedade pelo concurso. Em 2006 não suportava mais a vida de ACT e estava disposta a largar a docência e me dedicar a qualquer outra atividade que não fosse demitida ao final do ano.
Felizmente isso não chegou a acontecer por completo, já que no inicio de 2007 prestei um concurso publico para o município de Laguna e fiquei em 1º lugar. Foi muito legal. Atualmente não trabalho diretamente com crianças do Ensino fundamental, mas com seus professores.
A experiência de sala de aula certamente me deu segurança para conversar com os professores em reuniões e cursos, isso porque sei como eles se sentem, sei da dificuldade de enfrentar muitas vezes sozinhos os problemas de indisciplina, aprendizagens e convivências que a escola apresenta.
Memorial - parte I

Durante nossa existência passamos constantemente por experiências que mudam para sempre a nossa vida. A primeira vez que entrei numa sala de aula, como professora, foi uma dessas experiências.
Uma colega de faculdade precisava fazer uma viagem e pediu que eu a substituísse durante aquela semana Eu estava na 2ª fase do curso de Letras da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, ela na 5ª. A professora me passou seu plano de aula, e disse que daria tudo certo, pois estava tudo no livro didático.
Aquilo já começou mal. A escola que faria a substituição era em um município vizinho a Criciúma e durante o trajeto (1 hora de ônibus pinga pinga) eu fiquei completamente enjoada, sem contar que a cidade tinha um cheiro horrível (soube mais tarde que era de pirita queimada. Cheguei na escola com o sinal batendo e só deu tempo de encontrar a Diretora e ela me indicar a sala.
Quando entrei na sala fiquei chocada. Não posso dizer que parecia um hospício, pois os hospitais de saúde mental que já havia visitado eram bem mais organizados. Mais vale dizer que parecia o fim do mundo, naquelas visões de filmes americanos. Fui adiante, dei as aulas da professora e acho que não foram boas.
Não posso dizer que essa primeira experiência foi boa, estaria mentindo, mas ela foi essencial para minha formação. Nessa escola percebi que tem muita criança precisando de que olhe para elas, as compreendam e principalmente, as ensinem, não apenas conteúdos pré estabelecidos nos currículos, mas as ensinem a viver e a conviver com todas as possibilidades que o mundo nos oferece.
Soneto da Fidelidade
Vinícius de Morais

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angustia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.