quarta-feira, 18 de março de 2009

Memorial - parte I

Durante nossa existência passamos constantemente por experiências que mudam para sempre a nossa vida. A primeira vez que entrei numa sala de aula, como professora, foi uma dessas experiências.
Uma colega de faculdade precisava fazer uma viagem e pediu que eu a substituísse durante aquela semana Eu estava na 2ª fase do curso de Letras da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, ela na 5ª. A professora me passou seu plano de aula, e disse que daria tudo certo, pois estava tudo no livro didático.
Aquilo já começou mal. A escola que faria a substituição era em um município vizinho a Criciúma e durante o trajeto (1 hora de ônibus pinga pinga) eu fiquei completamente enjoada, sem contar que a cidade tinha um cheiro horrível (soube mais tarde que era de pirita queimada. Cheguei na escola com o sinal batendo e só deu tempo de encontrar a Diretora e ela me indicar a sala.
Quando entrei na sala fiquei chocada. Não posso dizer que parecia um hospício, pois os hospitais de saúde mental que já havia visitado eram bem mais organizados. Mais vale dizer que parecia o fim do mundo, naquelas visões de filmes americanos. Fui adiante, dei as aulas da professora e acho que não foram boas.
Não posso dizer que essa primeira experiência foi boa, estaria mentindo, mas ela foi essencial para minha formação. Nessa escola percebi que tem muita criança precisando de que olhe para elas, as compreendam e principalmente, as ensinem, não apenas conteúdos pré estabelecidos nos currículos, mas as ensinem a viver e a conviver com todas as possibilidades que o mundo nos oferece.

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